quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um mochilão em nossa vida espiritual.

Não existe facilidades no meio do caminho, o Senhor disse que seria estreito... mas é o único jeito.


Perdemos muito tempo discutindo sobre a salvação, se poderíamos perde-la ou não. O fato é que nos foi dada uma única saída e ela foi chamada de estreita, apertada. Esse trajeto é longo e podemos torná-lo perigoso em nossas escolhas erradas.


Neste caminho imagino o homem passando por uma viagem espiritual, uma jornada ao longo de sua vida através das "igrejas da ásia menor", tal como um mochileiro. Só que na sua bagagem deve-se levar o necessário, um mantimento recheado de santidade e se desprender do peso morto: pecados, dificuldades, tradicionalismo, coisas que se acumulam, bugingangas que guardamos e não tem serventia nenhuma em nossas passagens, etc...


Eu imaginaria essa estadia pelas cidades sem uma ordem bíblica das Cartas às igrejas, o viajante poderia estar passando agora por Laodicéia, e ele decide se pára ali ou se passa batido, pois o que se encontra nela é soberba pura, uma cidade nada convidativa, morna sem vontade, esnobe. Pior para aqueles que ali estacionam. Cuidam apenas de si, egoístas...


{Em Laodicéia temos um momento em nossa vida que podemos ser considerados: quentes, frios ou mornos. Mas ser considerado morno, sem vontade é a pior coisa que pode nos acontecer. Podemos ter que tomar uma decisão, dar um passo de fé e desse modo ser morno, ou seja, não ir adiante e deixar de aproveitar as bençãos do Senhor, dessa maneira também nos prendemos em que já acumulamos. Praticamos uma idolatria em nossos ganhos, pensamos em como somos melhores que os outros, um ledo engano. Mas Ele está a porta querendo nos aconselhar a sair dessa situação.}


Prosseguindo por Éfeso o mochileiro encontra um povo trabalhador, esforçado como Marta, mas que não param para acolher bem aos que chegam, preocupam-se tanto com a liturgia e com o seu estudo que não se permitem amar como o Senhor. Teólogos, bereanos preocupados com o verdadeiro evangelho, quase fariseus...


{Aqui vemos uma passagem em nossa vida na qual optamos por trabalhar tanto em nosso ministério e dom que esquecemos a busca pelo principal deles: o amor. Estar no primeiro amor, sentir a presença do Pai é deixar as preocupações de lado quando Ele se aproxima, as vezes mergulhamos no ofício e esquecemos do sábado do Senhor, do descançar nEle, nosso momento Marta! Mas estamos sempre dispostos a defender o verdadeiro Evangelho.}


E indo por Pérgamo se nota nesta passagem uma cidade devastada pela idolatria, um lugar assolado por sincretismo, uma mistura, contaminação na vida desse povo. Pensam que seguem ao verdadeiro Deus mas se afastam cada vez mais do Verbo. Praticam uma busca a mamom, e a demais "deuses". O aventureiro que ali passa pode se deparar com uma babel espiritual e se confundir com a seriedade do que praticam pelo estabelecimento tradicionalista de tal "religião" e sua cultura.


{Não seria difícil nos enquadrar nesse momento da vida quando nos deparamos com a teologia da prosperidade, com o engano praticado em nosso país, com o contaminado catolicismo romano, pela busca desenfreada por bençãos, detectamos isso na TV e em tantas denominações evangélicas e nos absurdo praticados. Dizem que se contarmos tanto uma mentira, ela pode vir a se tornar um "verdade".}


Chegamos agora em Sardo, uma terra de pecado, aonde escutam a pregação e fingem dar ouvidos, se afogam em suas concupiscências, sem ao menos se arrependerem, praticam o que querem e tentam aos que estão em sua volta, principalmente aos visitantes desavisados. O ladrão pode invadir essa cidade e se aproveitar dos que dormem facilmente, uma cidade com muros arruinados e os que se escondem e vigiam conseguem sobreviver ao horror.


{Estar em Sardo é estar em pecado e não reconhece-los. É ser arrogante ao que te exorta, e negar ao que pensa conhecer. Também é escutar a Palavra de Deus, mas se negar a abandonar o velho homem, que mesmo sendo de uma vida inteira de congregação, igreja, nem de perto seria trigo, é joio puro e pode estar condenado ao inferno. Mas a qualquer momento pode vir a se arrepender...}


Agora em Tiatira temos ali uma pedra de tropeço, o mochileiro pode cair e se machucar, pois é um percurso tortuoso e pedregoso, com um precipício ao lado, de longe parece fácil, possuí belíssimas obras no começo da cidade e mais lindas ao fim, mas parecem um cenário de teatro: lindos por fora, e nada por dentro. Praticam o engano com a sutileza e astúcia da serpente antiga, uma ilusão que levará a morte. A prostituição é a sua profissão. A tentativa de se salvar a população é semelhante a dos que moram em áreas de risco e não querem sair dela.


{Nesta mensagem à Tiatira temos uma menção clara também ao risco de se contaminar pelos nossos interesses apenas, podendo então misturar a religião para o benefício próprio, vemos claramente não só a mariolatria, mas a classe política evangélica, os empresários da fé, etc... mas o arrependimento para esses ainda não chegou. Uma fachada pomposa mas oca, sepulcro caiado...}


A viagem começa a melhorar para o aventureiro, agora numa cidade bem guardada, escondida, humilde. Aos soberbos ela não presta, tentam destruí-la para usurparem seu lugar de ser um ponto turístico ideal e aconchegante. Sua simplicidade irrita aos arrogantes, mas é bem guardada, suas portas são vigiadas por um Guarda poderoso e logo repelirá aos assaltantes e ao vingador que a espreita. Filadélfia é assim, a preferida do Dono das terras.


{A vida em Filadélfia, ou a vida em santidade nos torna irritantes e loucos aos mundanos e aos que praticam um evangelho contaminado. É ser amado pelo Pai, ser invejado pela simplicidade do Evangelho que guardamos com afinco, é estar num avivamento, nas águas do Trono que fluem por ali. É estar na Rocha sem risco de abalos.}


E por fim: Smirna. Uma lugar perseguido pela pureza de seus cidadãos, que vivem atormentados por rebeldes invasores, perturbadores da ordem, que tentam saquear suas riquezas. Porém é um povo que acolhe pra si o que não se corrói ou que seja traçado. Sofrem agressões constantes mas caminham como se nada os incomodassem. Varões valentes que serão consolados.


{Em Smirna temos a perseguição que sofremos por sermos verdadeiros crentes em Jesus o Cristo, o único Deus, o Todo-Poderoso. Podemos sofrer tanto, imaginar ser sofridos e ineficazes em nossos testemunhos, mas somos grandes aos olho do Pai, é aonde se encontram os pregadores missionários que morrem e são espancados nos confins da Terra. Mas serão consolados e justificados, mártires que verão seus inimigos aos seus pés.} 


Finalmente entendemos que nossa caminhada é uma jornada que devemos fazê-la com muito cuidado. Pois podemos escolher lugares ruins de se visitar, podemos achar que estamos em segurança quando na verdade estamos sendo levados para a morte certa. 


Tente analisar as cartas em Apocalipse como estágios que podemos nos encontrar em nosso trajeto, é fácil acusar ao do lado e julgá-lo. Mas o julgamento do Senhor é o que valerá e será individualizado e cortante, separando a verdade do joio. Se nos vermos como salvos poderemos cair em nós mesmos e de repente estar em Laodicéia, bem longe de Smirna, da Coroa da Vida, da chave de Davi, da Estrela da Manhã... um abismo chama outro abismo.
Quem está limpo, limpe-se mais!


Shalom!

4 comentários:

  1. Boa reflexão meu amigo. Estou comentando aqui de um modo geral sobre o que tenho refletido nesses dias.

    Creio que essas distorções no caráter da Igreja se deve à falta de intimidade com Deus, do caráter de Cristo, para verem que a santificação na realidade não é um fardo, mas um privilégio. Quanto mais nos aproximamos do trono de Deus, mais expostos ficam os nossos pecados, porém, mais parecidos e mais íntimos ficamos do SENHOR a ponto de sermos chamados de amigos (Jo 15.15). No dia do juízo, nada estará oculto, pois está tudo escrito nos livros (Ap 20.12). Não adianta hipocrisia, nem farisaísmo, nem que alguém se faça juiz na terra (Mt 7.1), pois tudo será julgado conforme a reta justiça.

    Mas esse é o foco da missão metodista:
    "Reformar a nação, particularmente a Igreja, e espalhar a santidade bíblica por toda a terra!"

    Um abraço,
    Alexandre Tavares - SP

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  2. Amém Ale! Obrigado por comentar! Se tiver interesse em escrever mais eu publicaria aqui!

    Abs

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  3. (salmo 25 )

    O segredo do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança.
    Os meus olhos estão continuamente no SENHOR, pois ele tirará os meus pés da rede.
    Olha para mim, e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito.
    As ânsias do meu coração se têm multiplicado; tira-me dos meus apertos.
    Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados.
    Olha para os meus inimigos, pois se vão multiplicando e me odeiam com ódio cruel.
    Guarda a minha alma, e livra-me; não me deixes confundido, porquanto confio em ti.
    Guardem-me a sinceridade e a retidão, porquanto espero em ti.
    Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias.

    Espero estar certo de que Davi também tenha sido um viajante espiritual ...

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